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A Liberdade guiando o povo, 1830. Museu do Louvre / Paris - França. |
Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
O termo romântico refere-se ao movimento estético, ou seja, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.
O romantismo é a arte do sonho e fantasia. Valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais.
Sua carreira foi premiada com a cadeira número sete da Academia Brasileira de Letras.
Conhecido como poeta dos escravos, Castro Alves escreveu o famoso poema “Navio Negreiro”, onde relatava sobre as condições de sofrimento durante o transporte dos escravos, além de detalhes de suas vidas, manifestando sua opinião contra esses atos de maus tratos e abusos. Castro Alves faleceu aos vinte e quatro anos, em 1871.
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A riqueza da arte exposta no Museu do Louvre é impressionante! / Paris - França |
ROMANISMO NO BRASIL
De acordo com o tema principal, os romances no Brasil podem ser
classificados como indianistas, urbanos ou históricos e regionalistas.
No romance indianista, o índio era o foco da literatura, pois era
considerado uma autêntica expressão da nacionalidade, e era altamente
idealizado. Como um símbolo da pureza e da inocência, representava o homem não
corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis
medievais, fortes e éticos. Junto com tudo isso, o indianismo expressava os
costumes e a linguagem indígenas, cujo retrato fez de certos romances
excelentes documentos históricos.
Os romances urbanos tratam da vida na capital e relatam as
particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujos membros se identificavam
com os personagens. Os romances faziam sempre uma crítica à sociedade através
de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascensão social
a qualquer preço.
Por fim, o romance regionalista propunha uma construção de texto que
valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que
afastavam o povo brasileiro da Europa, e caracterizava-os como uma nação. Os
romances regionalistas criavam um vasto panorama do Brasil, representando a
forma de vida e individualidade da população de cada parte do país. A
preferência dos autores era por regiões afastadas de centros urbanos, pois
estes estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar
suas condições de vida.
Entre as principais características da primeira geração romântica no
Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a
religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o
egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade,
a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo.
A segunda geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo,
recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de
abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
Entre seus principais autores estão Álvares de Azevedo, Casimiro
de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire e Pedro de
Calasans. Alvares de Azevedo, fazia parte da sociedade epicuréia destinada a
repetir no Brasil a existência boêmia de Byron. Obras: Pálida à Luz, Soneto,
Lembranças de Morrer, Noite na Taverna. Casimiro de Abreu escreveu As
Primaveras, Poesia e amor, etc. Fagundes Varela, embora byroniano, já tinha em
sua poesia algumas características da terceira geração do romantismo. Junqueira
Freire, com estilo dividido entre a homossexualidade e a heterossexualidade,
demonstrava as idiossincrasias da religião católica do século XIX.
Já as principais características da segunda geração foram o profundo
subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo
(lamentação) em Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de
angústia, o sofrimento amoroso, o desespero, o satanismo e a fuga da realidade.
Por fim há a terceira geração, conhecida também como geração Condoreira,
simbolizada pelo Condor, uma ave que costuma construir seu ninho em lugares
muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas, ou Hugoniana, referente ao
escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa
geração.
Os destaques desta geração foram Castro Alves, Sousa Andrade e
Tobias Barreto. Castro Alves, denominado "Poeta dos Escravos", o mais
expressivo representante dessa geração com obras como Espumas Flutuantes e
Navio Negreiro. Sousândrade não foi um poeta muito influente, mas tem uma
pequena importância pelo descritivismo de suas obras. Tobias Barreto é famoso
pelos seus poemas românticos.
As principais características são o erotismo, a mulher vista com
virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas
as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher
podendo ser tocada e amada.
Essas três gerações citadas acima apenas se aplicam para a poesia
romântica, pois a prosa no Brasil não foi marcada por gerações, e sim por
estilos de textos - indianista, urbano ou regional - que aconteceram todos
simultaneamente.
Em homenagem a Castro Alves, um dos maiores poetas brasileiros, foi criado o dia da poesia. Esse dia é comemorado hoje,14 de março, dia do seu nascimento.
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 1847, na fazenda Cabaceiras, na Vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Município de Castro Alves, Estado da Bahia.
DIA DA POESIA
Bom dia, minha
mulher poesia
Delicia
que nenhuma mulher tem
Mais
nobre que a lida na Bahia
Mais
linda que a vida em Belém!
Boa tarde, minha
menina poesia
Traquina
como ninguém
Tão
pobre como os reis da alegria
Palhaços
de circos que vão e vem!
Boa
noite, minha criança poesia
Serena
e terna do além
Madrugas
comigo até o raiar do dia
Saudando
o sol com a tua folia
Fazendo
tudo que nos faz bem
O
bem-me-quer que me quer e te quer também.
Júlio
Nessin, 14 de março de 2015.
Principais escritores românticos brasileiros
Gonçalves Dias: principal poeta romântico e uns dos melhores da língua portuguesa, nacionalista, autor da famosa Canção do Exílio, da nem tão famosa I-Juca-Pirama e de muitos outros poemas.
Álvares de Azevedo: o maior romântico da Segunda Geração Romântica; autor de Lira dos Vinte Anos, Noite na Taverna e Macário.
Castro Alves:grande representante da Geração Condoeira, escreveu, principalmente, poesias abolicionistas como o Navio Negreiro.
Joaquim Manuel de Macedo, romancista urbano escreveu A Moreninha e também O Moço Loiro.
José de Alencar, principal romancista romântico. Romances urbanos: Lucíola; A Viuvinha; Cinco Minutos; Senhora. Romances regionalistas: O Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê. Romances históricos: A Guerra dos Mascates; As Minas de Prata. Romances indianistas: O Guarani, Iracema e o Ubirajara.
Manuel Antônio de Almeida: romancista urbano, precursor do realismo. Obras: Memórias de um Sargento de Milícias.
Bernardo Guimarães: considerado fundador do regionalismo. Obras: A Escrava Isaura; "O Seminarista"
Franklin Távora: regionalista. Obra mais importante: O Cabeleira.
Visconde de Taunay: regionalista. Obra mais importante: Inocência.
Machado de Assis: estilo único, dotado de fase romântica e realista. Em sua fase romântica destacam-se "A Mão e a Luva" e "Helena". Ainda em tal fase realizava análise psicológica e crítica social, mostrando-se atípico dentre os demais românticos.
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