PLURALIDADE,
IGUALDADE E UNIDADE DO SER
Por: Júlio Nessin
Quero
falar à humanidade sobre a sua maravilha de ser um ser plural na riqueza
cultural de seus povos, de seus ritmos; de suas formas variavelmente distintas
e impares; e de suas cores, tons e gestos.
Mas
também quero gritar pela igualdade no direito do ser e de viver humanamente...
E no silêncio harmônico do aparente caos dos UNIVERSOS, quero refletir e
contemplar a unidade da vida: desde o movimento dos átomos, ao estado “estático-dinâmico”
do pensamento do Espírito.
Somos um
na pluralidade de tudo, temos a mesma origem e somos constituídos dos mesmos
elementos básicos da vida...
Biológica,
psíquica e espiritualmente, necessitamos das mesmas coisas para nos mantermos
vivos e capazes.
Revestidos
de formas diferentes, somos todos essencialmente iguais e unidos somos apenas
um.
A nossa
pluralidade é a beleza da composição harmônica de cores e formas, criada e
desenvolvida pelo absoluto ARTISTA dos multiversos...
O preto,
o branco, o amarelo e o índio, são variações tonais que dinamizam a
obra-de-arte da vida, regido por Esta Inteligência Cósmica. E nós que somos uma
parte modesta deste magnífico sistema, denominamo-nos de seres “inteligentes'”
e causamos as mais absurdas burrices que a razão pode conceber: ignoramo-nos,
dividimo-nos e destruímo-nos:
Somos
uns boçais!
Partindo
desta reflexão, somos forçados a nos libertamos do jugo da imbecilidade formada
de preconceitos. Neste momento eu conclamo a todos, homens e mulheres:
Apartai-vos urgentemente da mediocridade do racismo, da guerra santa, da
discriminação sexual, social, política, econômica ou cultural; apartai-vos da
violência ao seu próximo e consequentemente da violência a si próprio.
Somos
todos irmãos, frutos da mesma árvore, temos os mesmos direitos e é de direito
respeitarmos esta Lei!... Reflitamos sobre isso... Somos UM no TODO universal!
Viva a
riqueza plural e a igualdade substancial da unidade divina da vida!... O amor.
Amemo-nos!
Discurso de posse na “Comissão Executiva de Reflexão ao
Centenário da Abolição da Escravatura no Brasil” - Reitoria da Universidade
Federal da Bahia – UFBA. Salvador, maio de 1980